Como Definir Objetivos de Investimentos – Aula 1

27/09/2024

Compartilhar:

Tão importante quanto poupar dinheiro, é saber onde e como vai investi-lo.

A definição de objetivos financeiros apropriados é uma das atividades mais importantes na vida do investidor.

Com objetivos claramente definidos e como alcançá-los, pode ajudar o investidor a evitar erros comuns que prejudicam seu progresso.

Nesta aula você vai aprender:

  • Compreender suas restrições e como elas influenciam seu plano de investimentos;
  • Um bom plano compreende expectativas tangíveis sobre expectativa de retorno, nível de poupança e monitoramento;
  • Definir critérios de alocação, evitando construção da carteira baseada numa estratégia ‘milagrosa’ ou investimentos com retornos ‘do momento’;

    1. Plano de Investimentos (IPS)

    O Plano de Investimentos ou Política de Investimentos é o documento que controla e guia o processo de decisões dos investidores. 

    Sem ele, investidores costumam montar suas carteiras com foco em estratégias ‘milagrosas’ ou concentrando seus recursos em um único investimento que vem apresentando bons retornos no ‘momento’.

    Alguns problemas de se fazer isto:

    – A maioria dos investidores são atraídos para o mercado, através da ilusão da facilidade, de ganhos rápidos, simplicidade, liberdade, etc. Mas acabam se frustrando, pois, os resultados não aparecem conforme esperado. Eis o motivo:

    As estratégias existentes, não consideram seu perfil e objetivos de vida e financeiros.

    – Um erro muito comum, tão quanto o citado acima é “Comprar na alta e vender na baixa”. Geralmente isto ocorre quando um determinado investimento vem apresentando bons resultados e logo cai no gosto da mídia que propaga ele como algo incrivelmente extraordinário. O problema nesta situação, é que na maioria das vezes o investimento que apresentou bons resultados, deixa de performar e mais uma vez frustrando o investidor, que por sinal entra num ciclo vicioso na procura de outro ‘melhor investimento’.

    Para montar uma boa política de investimentos, devemos seguir os passos abaixo:

    1. Determinar e avaliar objetivos de risco e retorno;
    2. Determinar restrições da carteira;
    3. Definir a estratégia de investimento apropriada;
    4. Fazer modificações ou ajustes na carteira, quando necessário.

    Um bom plano vai auxiliar você a evitar erros comuns de finanças comportamentais, pois ele, demonstra os valores e propósito da sua alocação de ativos. Além disto, ajuda a manter foco no que é importante, ‘seu objetivo’.

    Acreditamos que os investidores devem empregar tempo e esforço no plano, em vez de avaliar constantemente cada estratégia mirabolante ou lendo manchetes do ‘investimento do momento’. O plano, ajuda permanecer na direção certa para alcance dos seus objetivos financeiros.

    2. Definindo Objetivo e restrições

    O Plano de Investimentos deve ser iniciado pela descrição dos objetivos e restrições do investidor. Veja exemplo a seguir.

    Ao final da leitura, disponibilizarei a planilha acima para você montar seu Plano de Investimentos, além disto, nela há uma lista de questões importantes e fatores de monitoramento para auxiliar sua construção.

    Geralmente os investidores possuem múltiplos objetivos, como por exemplo, aposentadoria, educação dos filhos, compra de imóvel, dentre outros, cada um deve ser descrito e contabilizado.

    Os objetivos podem ser de longo prazo (ex. aposentadoria), assim, o plano deve ser construído considerando possíveis mudanças de mercado, ou seja, deve ser flexível suficiente para ajustar aos eventos inesperados que virão ao longo do tempo.

    Abaixo Explicação das Principais restrições:

    • Horizonte de tempo: são períodos nos quais uma carteira é dividida e exige certa geração de recursos para atender os objetivos definidos no plano. Também está ligado a exposição ao risco, teoricamente, quanto mais novo for o investidor, maior deveria ser sua exposição ao risco. Em contrapartida, quanto mais velho, menor a exposição ao risco. Isto não é uma regra geral, visto que, existem investidores jovens que são totalmente avessos a volatilidade de mercado.
    • Liquidez: está associado com a capacidade de atender as necessidades diárias do investidor ou um evento inesperado. Para não inflexibilizar seu plano de investimentos, é recomendado manter certo nível de liquidez para situações que podem acontecer no curto prazo. Há uma regra simples para ajudar a definir qual proporção manter em curto prazo, se for solteiro recomenda-se ter entre 6 a 12 meses do custo de vida e caso seja casado ter de 12 a 18 meses do custo de vida aplicados numa renda fixa com liquidez diária.
    • Restrições leais ou Regulamentação: são restrições relacionadas principalmente quanto a tratativa de impostos e transferência de patrimônio (holding, trust, offshore). Deve contemplar situações especificas de cada jurisdição, tipicamente requerem aconselhamento legal.
    • Impostos: a tributação é uma questão global e deve ser levada em conta na formulação da política de investimentos;
    • Circunstâncias únicas: engloba todas as demais situações não consideradas acima.

    3. Tolerância ao Risco

    Para definição da Tolerância ao Risco do investidor, é considerado tanto fatores pessoais (disposição para aceitar risco) quanto fatores econômicos (capacidade para aceitar risco).

    A capacidade é mais fácil de mensurar, ela está ligada a dados quantitativos, como por exemplo patrimônio atual, poupança mensal, horizonte de tempo, etc.

    Quanto maior patrimônio, maior poupança e prazo de tempo, maior será a capacidade para aceitar risco.

    A disposição requer análise mais subjetiva e é determinada pelo perfil psicológico do investidor. Não há uma regra fácil e rápida para julgar a disposição.

    Uma dica para identificar sua disposição em aceitar risco, é escutar seu inconsciente. Provavelmente você já teve a sensação ” não deveria ter feito isto”. Pois bem, se você sente-se desconfortável sobre uma estratégia ou investimento é provável que não tenha disposição para este risco.

    A seguir elaborei um quadro com pontos relevantes, que podem ajudar você entender sua tolerância ao risco:

    Baixa Tolerância a Risco    Alta Tolerância a Risco
    Metas em curto prazo Metas em longo Prazo
    Necessidade de liquidez de curto prazo Reserva suficientes em caso de emergências
    Proximidade de aposentadoria Início de carreira / carreira em crescimento
    Maior parte da renda destinada a pagamentos de despesas e compromissos financeiros Menor comprometimento da renda com gastos
    Alterações no mercado causam ansiedade e desconforto Tranquilidade frente mudanças no mercado

    Conforme prometido, abaixo link para você fazer download da planilha para elaborar seu plano de investimentos.

    Clique aqui e baixe gratuitamente Planilha Monte seu Plano de Investimentos.

    Conclusão

    Entender suas características de investidor é essencial para elabora um Plano de Investimento adequado ao alcance de seus objetivos. Também irá ajudar a evitar erros comuns, tais como, comprar na alta e vender na abaixa, adotar estratégias mirabolantes, redução de custos, dentre outros.

    Com estas informações bem definidas, você poderá dar o próximo passo, que é escolher estratégia que irá ajudar alcançar seus sonhos e objetivos. Falando em estratégia, ela será o assunto da próxima aula.

    Utilize estes próximos dias para escrever seus objetivos e as restrições, a parte que envolve rebalanceamento, alocação e objetivo de retornos, estarei esclarecendo mais adiante.

    Se tiver alguma dúvida ou deseja informações, deixe seu comentário logo abaixo.

    Até próxima aula, grande abraço!

    Compartilhar:

    Fique por dentro

    Cadastre-se e receba os melhores conteúdos sobre investimentos.

    Mais artigos